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Grécia Antiga

CIVILIZAÇÃO MINOICA

 

A civilização minoica foi uma civilização existente nas ilhas do mar Egeu entre 2200 a.C. e 1400 a.C.. Esta civilização foi descoberta pelo arqueólogo inglês Arthur Evans, tendo o seu foco principal na ilha de Creta.

A civilização minoica teria surgido a partir de uma fusão dos habitantes de Creta com populações que se fixaram nesta ilha vindas da Ásia Menor.

Os Minoicos já conheciam a escrita (Linear A e Linear B) e destacaram-se pelo trabalho do ouro e das gemas, bem como por uma cerâmica decorada com motivos marítimos e geométricos.

Suas terras mais férteis estavam na parte esquerda da ilha, onde se encontravam as principais cidades como nossos (capital) e Kato-Zacros. Apesar dos seus palácios terem sofrido com os terremotos que atingiam a região, os Minóicos prosperaram até   1400 a.c. A decadência desta civilização parece ter sido o resultado de ataques de inimigos, entre os quais se encontrariam os Micénicos. Vale a pena destacar o papel da mulher na sociedade minóica. Ao contrário das futuras cidades, como Atenas e Esparta, onde a mulher não tinha direitos políticos e era vista apenas como uma reprodutora, a mulher Minóica era livre, podia adquirir propriedades e ser independente.

 

CIVILIZAÇÃO MICÊNICA

 

Os Minoicos viriam a influenciar a história da Grécia através dos Micénicos, que adoptam aspectos da cultura minóica. O nome “micénico” foi criado por Heinrich Schliemann com base nos estudos que fez no sítio de Micenas, no nordeste do Peloponeso, onde outrora se erguia um grande palácio e uma das principais cidades além de Tirinto, Tebas e Esparta. Julga-se que os Micénicos se chamariam a si próprios Aqueus. A sua civilização floresceu entre 1600 e 1200 a.C.

 

Idade das Trevas

 

Dá-se o nome de Idade das Trevas ao período que se seguiu ao fim da civilização micénica e que se situa entre 1100 a.C. e 750 a.C.. Durante este período perdeu-se o conhecimento da escrita, que só seria readquirido no século VIII a.C.. Os objetos de luxo produzidos durante a era micénica não são mais fabricados neste período. A designação atribuída ao período encontra-se relacionada não apenas com a decadência civilizacional, mas também com as escassas fontes para o conhecimento da época.

Outro dos fenómenos que se verificou durante este período foi o da diminuição populacional, não sendo conhecidas as razões exactas que o possam explicar. Para além disso, as populações também se movimentam, abandonando antigos povoados para se fixarem em locais que ofereciam melhores condições de segurança.

 

O Período Homérico

 

Chama-se período homérico uma das fases da história da Grécia (c. 1200 a.C. –800 a.C.) cuja principal fonte de informação são as obras de Homero, Ilíada e Odisseia.

Inicia-se no final da civilização micênica - com a suposta invasão dórica do século XI a.C. -, estendendo-se até o fim da Idade das Trevas na Grécia, por volta de 800 a.C.), quando surgem os primeiros registros escritos, inclusive a literatura épica de Homero século VIII a.C.), e as primeiras pólis, as cidades-estados gregas começam a se estruturar.Durante o período micênico (c. 1600 a.C. - c. 1100 a.C.), os eólios e os jônios já se haviam estabelecido na Ática, onde fundaram Atenas.

O período homérico tem início por volta de 1150 a.C., quando os dóricos começaram a invadir o Peloponeso, o que  provocou a redução da atividade agrícola e da produção artesanal, a paralisação do comércio e a emigração de muitos jônios e eólios para as ilhas do Egeu e Ásia Menor, no episódio denominado de Primeira Diáspora Grega, com a consequente desarticulação da civilização creto-micênica até ali estruturada.

O período homérico ficou marcado pela constituição das chamadas comunidades gentílicas. A base da sociedade passou a ser o genos (reunião em um mesmo lar de todos os descendentes de um único antepassado - aparentados consanguíneos ou não - , que era um herói ou um semideus).

 

O Período Arcaico

 

Período Arcaico é o nome que se dá ao período da Grécia Antiga em que ocorreu o desenvolvimento cultural, político e social, situado entre c. 700 a.C. e 500 a.C., posterior à Idade das Trevas e antecessor o Período clássico. Nesta altura dão-se os primeiros avanços significativos para a ascensão da democracia e observa-se também uma revitalização da linguagem escrita.

Em termos artísticos o período caracteriza-se pela edificação dos primeiros templos inspirados nas habitações micénicas, pelas tipologias escultóricas kouros e kore, e pelo início do registo de pintura negra em cerâmica.

 

A colonização

 

Um dos fenômenos mais importantes do Período Arcaico foi o da colonização, que espalhou os gregos um pouco por toda a área costeira da bacia do Mar Mediterrâneo e do Mar Negro.

Os motivos que geraram estes fenômenos foram variados. Entres eles podem ser referidos os excessos populacionais, as dificuldades da pólis em alimentar a sua população após um período de seca ou de chuvas torrenciais, os interesses comerciais ou a simples curiosidade e espírito aventureiro.

A colonização grega obedecia a um planeamento preciso, que implicava, para além da escolha do local que seria colonizado, a nomeação do comandante da expedição (o oikistes) que seria responsável pela conquista do território e que o governaria a colônia (apoika, “residência distante”) como rei ou governador. Antes de partir com a sua expedição, o oikistes consultava o Oráculo de Apolo em Delfos, que aprovava o local sugerido ou propunha outro. O deus Apolo encontrou-se assim associado à colonização; muitas colônias na Ilíria, Trácia, Líbia e Palestina recebem o nome Apolónia em sua honra.

 

O desenvolvimento do comércio

 

Uma das consequências da colonização será o desenvolvimento do comércio, não apenas entre a colónia e a metrópole, mas entre as colônias e outros locais do Mediterrâneo. Até então o comércio não era uma atividade econômica própria, mas uma atividade subsidiária da agricultura. Algumas colônias funcionam essencialmente como locais para a prática do comércio e sem um estatuto político: os empórios.

O incremento da atividade comercial gera por sua vez o fomento da indústria. Deste sector destaca-se a produção da cerâmica, sendo famosos os vasos de Corinto e de Atenas, que se tornaram os principais objectos de exportação.

No último quartel do século VII a.C. ocorreu o aparecimento na Lídia da moeda, que se espalhou lentamente por toda a Grécia.

 

Consequências do desenvolvimento do comércio e da indústria

 

Com o afluxo a partir das colónias de quantidades elevadas de cereais e com a importância que a exportação do vinho e do azeite adquiriu, desenvolveu-se entre as classes mais abastadas a tendência para substituir o cultivo do trigo pelo da vinha e da oliveira.

Os camponeses com poucos recursos econômicos ficam impossibilitados de proceder a esta substituição, uma vez a vinha e a oliveira necessitam de algum tempo até oferecerem resultados. Para além disso, estas culturas exigiam menos mão-de-obra e alguns trabalhadores tornaram-se excedentários.

Em resultado desta realidade econômica nasce no Período Arcaico uma nova classe, a dos plutocratas, cujos membros, oriundos frequentemente das classes inferiores, enriquecem graças às possibilidades oferecidas pelo desenvolvimento do comércio e da indústria, atividades desdenhadas pela aristocracia.

 

Os legisladores

 

Perante os conflitos sociais que se acentuaram na segunda metade do século VII a.C., as pólis vão procurar resolver de forma pacífica os conflitos. As parte em conflito concordam em nomear homens com uma reputação íntegra que dotam as cidades de códigos de leis - os legisladores.

Até então as leis não eram escritas, o que dava azo a intepretações arbitrárias ao serviço da aristocracia. A exigência de um código escrito das leis parte das classes populares.

Os primeiros legisladores conhecidos surgiram nas cidades da Magna Grécia em meados do século VII a.C.. O mais antigo legislador conhecido é Zaleuco de Locros, figura com contornos lendários, que teria escrito o primeiro código de leis, aceite por cidades da Itália e Sicília.

Em Atenas os legisladores mais conhecidos foram Drácon e Sólon; o primeiro ficou conhecido pelo seu código de leis rigoroso (é do seu nome que deriva o adjectivo draconiano). As leis destes homens foram escritas em prismas de madeira rotativos (axones) que se encontravam expostos ao público.

 

Os tiranos

 

A obra dos legisladores não conseguiu resolver os conflitos sociais. Assim, quase todas as cidades gregas conhecem entre  670 e 510 a.C. o domínio dos tiranos. A palavra tirano não possuía a conotação negativa que hoje tem, significando apenas “usurpador com poder supremo”; entre os gregos, o termo só adquire um sentido negativo a partir do governo dos Trinta Tiranos em Atenas (404 a.C.), conhecidos pela sua crueldade.

Os tiranos conquistaram o poder através da violência e da força, recebendo o apoio das classes inferiores as quais passam depois a proteger.

 

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